OTAN inicia exercícios nucleares com 2.000 militares em meio a tensões com a Rússia



A OTAN iniciou, nesta segunda-feira (14), seus exercícios nucleares anuais, que envolverão 13 países membros e 2.000 efetivos em treinamentos aéreos sobre o Mar do Norte, com 60 aeronaves capazes de transportar ogivas nucleares. No total, espera-se a participação de 2.000 militares em oito bases aéreas e 60 aviões de combate, incluindo jatos com capacidade nuclear, bombardeiros, caças de escolta, aviões de reabastecimento e aeronaves de reconhecimento.

O exercício militar ocorrerá sobre o Mar do Norte, nos espaços aéreos da Dinamarca e do Reino Unido, além de Países Baixos e Bélgica, que atuarão como anfitriões para os efetivos que participam das manobras.

A Aliança Atlântica explicou que as atividades, que acontecerão ao longo das próximas duas semanas, não incluirão práticas de fogo real.

Angus Lapsley, subsecretário geral de Política e Planejamento de Defesa da OTAN, explicou que o objetivo da operação é demonstrar a “qualquer adversário” do Ocidente a capacidade da Aliança de contrabalançar suas ameaças, algo que “deveriam levar extremamente a sério”. Nesse sentido, Lapsley mencionou o surgimento, nos últimos anos, da Coreia do Norte como uma potência nuclear, assim como de China e Irã, embora tenha destacado que “obviamente, o que mais nos preocupa é a Rússia”.

Na semana passada, o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, anunciou a data de início das atividades nucleares, afirmando que, em “um mundo incerto”, é “vital” que a OTAN teste sua defesa e a fortaleça. “Nossos adversários devem saber que a OTAN está preparada e é capaz de responder a qualquer ameaça”, declarou antes de se encontrar com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, em Londres.

A Rússia advertiu que os exercícios levam a “uma maior escalada da tensão”.

O governo russo alertou que os exercícios nucleares da OTAN resultam apenas em “uma maior escalada da tensão” em um momento de tensão nas relações entre Moscou e o bloco atlântico, com a guerra na Ucrânia como pano de fundo.

“Dentro do contexto da ‘guerra quente’ que ocorre no âmbito do conflito ucraniano, esses exercícios, é claro, não resultam em nada além de uma maior escalada da tensão”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, à imprensa, segundo a agência de notícias russa TASS.

O novo secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, confirmou no final da semana passada que as manobras — conhecidas como ‘Steadfast Noon’ — começariam nesta segunda-feira com a participação de 60 aeronaves. “Em um mundo incerto, é vital que testemos nossa defesa”, argumentou.

No ano passado, a Itália e a Croácia sediaram os exercícios que ocorreram em torno dessas mesmas datas na área do Mediterrâneo. Naquela ocasião, contaram com a participação de 13 aliados e, em particular, de bombardeiros americanos B-52 que voaram dos Estados Unidos.

As relações entre Moscou e a Aliança Atlântica estão especialmente tensas devido à invasão russa da Ucrânia. Além disso, essas manobras ocorrem em um momento em que a Rússia anunciou uma reformulação de sua doutrina nuclear, modificando e aumentando os cenários em que responderia a ameaças com armamento nuclear.

*Com informações da Europa Press

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