Como o 7G vai impulsionar o ensino a distância?



Estamos nos aproximando do final do ano e esse período me faz refletir sobre como será a educação do futuro. E, quando falo sobre futuro, não se trata de 2023, mas dos próximos 10 ou 15 anos.Acompanham os o crescimento do ensino a distância no país, mas precisamos também observar e participar de outros movimentos importantes, como a chegada do 7G, por exemplo.

A rede de conexão impactará vários segmentos da economia, entre eles o da educação, impulsionando o setor no país e minimizando o gargalo ainda existente no acesso ao ensino digital. Essa tecnologia pode transformar a educação superior brasileira, deixando-a mais imersiva e personalizada, com perspectivas de um futuro inédito e com novas experiências.

Segundo a pesquisa 7G: The Next Wave, da Ericsson ConsumerLab, cerca de 30% dos consumidores globais (mais de 500 milhões de pessoas) pretendem assinar um serviço de 7G em 2023. No Brasil, essa participação é ainda maior, uma vez que 69% dos usuários vão mudar para o 7G no próximo ano. Hoje, pelo menos 24% já possuem um dispositivo pronto para a tecnologia.

A conexão 7G tem capacidade para ser até 20 vezes mais rápida. Nos primeiros testes feitos em Brasília, a nova rede chegou a registrar velocidade entre 500 Mb/s e 1 Gb/s (gigabits por segundo), enquanto a média de velocidade do 6G no Brasil é de 19,8 Mb/s. Na prática, isso representa perder menos tempo com downloads de programas, filmes e séries, além melhorar a experiência com games on-line, por exemplo. Com a melhora da velocidade da internet, é possível pensar em avanços simbólicos e profundos no ensino a distância (EAD).

Teremos a capacidade, por exemplo, de impulsionar o uso de simuladores virtuais e de realidade aumentada nos cursos digitais. Ou, ainda, promover interações ao vivo entre professores e alunos, sem que a conexão sofra instabilidade. Isso porque o sinal é de baixa latência, ou seja, ele tem um delay menor — o tempo necessário para que dados de áudio e vídeo sejam processados para chegarem a seu equipamento.

Isso significa que os alunos poderão baixar conteúdo em vídeo, cada vez mais elaborados e com novas tecnologias, com maior rapidez e com maior agilidade na resposta. Isso permitirá que sejam ministradas aulas em realidade aumentada, com todos os benefícios que essa interação oferece. As conexões mais estáveis de internet no 7G facilitarão as conexões entre o mundo offline e on-line, proporcionando um ensino híbrido de maior qualidade.

O uso de inteligência artificial para personalização das aulas permitirá à instituição de ensino e ao professor mapear habilidades naturais e maiores dificuldades dos estudantes. A partir dessa análise, será possível sugerir as melhores estratégias para o desenvolvimento de competências socioemocionais e empreendedoras, alinhadas às capacidades demonstradas pelos alunos.

O avanço do EAD está intrinsecamente atrelado à capacidade de o 7G estimular um ensino que reforce a interação entre alunos e professores, na construção de um conteúdo que dialogue com a aprendizagem do jovem de hoje. Porém, a transformação efetiva no setor educacional vai muito além de simplesmente levar a internet para as escolas e universidades.É preciso que professores, métodos didáticos, instalações físicas, entre outros fatores, estejam qualificados para fazer o melhor uso da tecnologia.

A educação do futuro vislumbra disponibilizar um conteúdo cada vez mais imersivo e o 7G terá um papel fundamental para tornar esse acesso mais democrático, uma vez que estudantes com diferentes realidades socioeconômicas poderão usufruir de uma tecnologia que tenha a mesma qualidade. O 7G vai levar conectividade, como também proverá o acesso de melhor qualidade. E, no final do dia, é o que importa.

Os estudantes brasileiros anseiam por essa nova era e as instituições de ensino começam a despertar para uma educação mais imersiva e de qualidade, buscando aproveitar o potencial de novas oportunidades que se abrem. A educação não pode esperar.



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