FMI anuncia acordo com Tunísia e desbloqueia 1,9 mil milhões de euros



O acordo foi concluído entre os serviços técnicos do FMI e as autoridades tunisinas, mas deve ser ainda validado pelo conselho de administração da instância financeira, indica um comunicado divulgado no sábado.

A concessão desta verba tem como contrapartida um compromisso de Tunes em promover um programa de reformas.

Entre as medidas exigidas pelo FMI, inclui-se a fiscalização da economia informal, medidas de apoio à população mais desfavorecida e um reforço da transparência do setor público.

O acordo tem um prazo de validade de quatro anos.

Antes deste anúncio, milhares de pessoas desceram às ruas de Tunes, no sábado, em protesto contra as políticas do Presidente Kais Saied, acusado de autoritarismo e de ser responsável pela crise económica no país magrebino.

Liderados pela Frente Nacional de Salvação, uma coligação de partidos da oposição que inclui o partido Ennahda, de inspiração islâmica, os manifestantes atravessaram as principais ruas da capital, pedindo a saída do Presidente.

"O ambiente mundial deteriora-se e os preços elevados das matérias-primas estão a afetar pesadamente a economia tunisina e agravam as suas fraquezas estruturais", declararam, num comunicado, Chris Geiregat e Brett Rainer, que lideram a equipa do FMI que se deslocou a Tunes.

O novo acordo "apoiará o programa de reformas económicas das autoridades para restabelecer a estabilidade orçamental e externa da Tunísia, reforçar a proteção social e promover um crescimento mais sustentado, mais verde e mais inclusivo", referiram.

Os fundos desbloqueados pelo FMI devem fornecer algum oxigénio ao país muito endividado, e que já não pode recorrer aos mercados internacionais.

Em 2022, o défice orçamental da Tunísia poderá ultrapassar os 9%.

A inflação no país atingiu 9,1% em um ano, segundo dados de setembro, com os preços da alimentação a disparem mais 13% em relação ao mesmo período de 2021.

As dificuldades da Tunísia, em colapso económico há 10 anos, foram amplificadas pela crise da covid-19 e pela guerra na Ucrânia, que está a aumentar os custos das importações de cereais e hidrocarbonetos.

O país também está mergulhado numa grave crise política desde o golpe de Estado constitucional do Presidente Saied, em julho de 2021, que lhe permitiu assumir plenos poderes.

Uma outra manifestação contra a deterioração das condições de vida ocorreu igualmente no sábado em Tunes, organizada pelo Partido Livre (PDL), um partido de oposição anti-islâmico.

Os participantes neste evento seguravam cestos vazios em referência ao acentuado declínio do poder de compra.



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